Suspeito que a razão para isso reside na ordem de prioridade da reforma: ainda antes de tentar introduzir as avaliações teria sido necessário reformar... a 5 de Outubro e seus apêndices a la Kafka.
Já houve houve uma Ministra que disse off the record que "abaixo do 10º andar não se sabe quem lá manda". Se o leitor duvida sugiro-lhe que escolha uma dúvida qualquer legítima e tente directamente e em pessoa que o esclareçam.
Parece-me que sucede assim:
- Às indagações por escrito respondem tarde e más horas - infringindo a lei - e quando lhes apetece.
- O site é confuso e omisso no que é fundamental, quase parecendo desenhado para fazer desistir pela fadiga.
- Se decidir lá ir pessoalmente desde já o aviso: esteja preparado para que o mandem a 3 ou 4 endereços diferentes, e isto se conseguir passar pelo segurança (privado) para ser legitimamente atendido.
- Quando entrar, dificilmente deixará de notar a estranha profusão de nomes de família longos que por ali há (nalguns sítios). Pronto, somos de brandos costumes... pelo menos até que a mostarda nos chegue de novo ao nariz...
- O chá das 5 e os contínuos de corredor são realidades vivas; os últimos leêm a "Hola" ao mesmo tempo que nos impedem de bater à porta do "Doutor" ou da "Doutora", talvez a medo que lhes peguemos a gripe...
- Os "peritos em eduquês" são mais do que muitos mas professores, hum?
Mas no fundo, suspeito que aquilo precisasse hoje em dia de uma espécie de Jack Welch durante uns bons 12 meses...
Nas escolas, ao contrário das filosofias que temos importado (pergunta: se só fazemos copy-paste, e mal, para quê tantos "peritos de eduquês") sem atenção ao facto do país se chamar "Portugal", há aspectos essenciais em que claramente se falhou. Talvez se devessem corrigir, antes ainda de introduzir as avaliações:
Em primeiro lugar era conveniente voltar a fazer da sala de aula um lugar de respeito, mesmo de alguma disciplina, conferindo para isso mais poderes disciplinares a professores e escolas.
Em segundo lugar, passar um pouco mais das palavras aos actos com a autonomia, ou então manter a centralização mas reformular para melhor a organização e acção do poder central.
Em terceiro lugar, discernir que as políticas do "eduquês" centradas no aluno, devem em última instância servir os cidadãos que esses alunos hão-de ser daqui a 15 ou 20 anos, e não as meras estatísticas Europeias, ou as birrinhas desses alunos no aqui e agora.
Sem comentários:
Enviar um comentário