Assistimos, com esta enorme crise global, ao desembocar de uma época que elevou ao estatuto de semi-Deus o crescimento económico. Um objectivo tão absoluto que foi permitindo a ruína das boas práticas, da honestidade, da confiança... Já se sabia que se tratava de uma obsessão que não mobilizava o homem comum, ainda assim mil vezes repetida de manhã à noite, de forma absurda, oca, desumana. Para o bem de quê ou quem? De que serviu afinal aquele crescimento "acima da média" norte-americano? Em que resultou? Num défice comercial que não pára de aumentar, em mais de 6% de défice orçamental, na ruína da classe média (que não sente os benefícios do "espectacular crescimento" há mais de uma década) e em qualquer coisa como 47 milhões de americanos sem qualquer cobertura de saúde.
É hora de deixar de endeusar o crescimento económico per si, fora de cada contexto nacional onde ocorre. É preciso reflectir sobre o grau de risco que compete a cada agente suportar. Acabamos de passar o climax de uma sociedade de individualismo induzido e de natureza quase totalitária (embora exista quem lhe chame "liberdade"). Deu mau resultado e, se não formos fanáticos, temos de reflectir sobre a causa destas coisas.
"Solar dos Pintor" (Santo Antão do Tojal)
Há 2 horas
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