Uma das vantagens das bolsas de valores é a de dispersarem o risco da inovação por inúmeros investidores, o que é especialmente necessário no lançamento de novos empreendimentos.
O exemplo clássico disso foram os caminhos de ferro norte-americanos, que dificilmente alguns bancos isolados poderiam ter suportado, e que foram pagos muito através da valorização dos seus projectos em bolsa.
Ora a economia Ibérica enferma de um problema crónico que está na base da sua falta de capacidade para criar valor acrescentado sustentável: um fraco apreço pela inovação, e um conservadorismo por parte dos bancos que também a não favoreçe.
Uma forma de contornar isso seria o lançamento Ibérico de uma bolsa de valores exclusivamente dedicada ao financiamento de projectos inovadores, tendencialmente de base tecnológica, nas várias áreas económicas.
Acredito que poderia funcionar e proporcionar uma melhor igualdade de oportunidades para jovens empresários, técnicos e cientistas do que as actuais sociedades de capitais de risco público mais ou menos opacas ou os prémios de "inovação" atribuídos aos amigos do papá (o leitor sabia que o AICEP tem participações financeiras numa série de empresas privadas? e porquê essas e não outras?).
Tradicionalmente assentes nos bancos, as economias Ibéricas poderiam impulsionar a inovação económica e tecnológica se aceitassem considerar a formação de economias de escala para o funcionamento deste tipo de intermediários financeiros.
Fica a ingénua sugestão para o nome desta bolsa de financiamento de inovação: Ibetek.
"Solar dos Pintor" (Santo Antão do Tojal)
Há 2 horas
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