terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

E agora, Europa?

Parte dos poderes influentes em Bruxelas, incluindo poderosos lobbies comerciais, tentavam fazer passar há bem pouco tempo, quase de pantufas, a possibilidade da semana laboral se extender às 65 horas.

Mais um exemplo absurdo da busca do crescimento económico como fim, em vez de meio. O que se supõe por detrás disso é a necessidade de competir com a China, onde a exploração humana é uma realidade e o progresso se pavimenta de ossos humanos, como os dos quase-escravos dos seus navios-fábrica.

Enquanto o Ocidente se mantém no fio da navalha, procurando agradar aos Chineses para conquistar parte do seu imenso mercado e abrindo as fronteiras aos seus bens, milhões de trabalhadores na Europa e nos EUA soçobram à competição com a quase-escravidão, sem que isso pareça importar grandemente os nossos caros governantes.

A possibilidade da semana das 65 horas foi apenas um recente exemplo. Uma tentativa sorrateira de traição a milhões de Europeus quase digna de um Hitler.

Sim à globalização, mas não à globalização de qualquer maneira, sem valores, sem dignidade e sem escrúpulos. Esta crise ainda nem chegou, mas será mais grave que a actual quando vier, porque boa parte dos governantes europeus do presente, neo-liberais, colocam o curto-prazo e a ilusão da conquista temporária de mercados à frente dos valores humanos mais básicos e de qualquer visão social para a Europa.

Que diriam Bismark, Churchill ou Roosevelt desta pouca vergonha desinteligente e desonrosa?

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