Mostrar mensagens com a etiqueta Parolices. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Parolices. Mostrar todas as mensagens

domingo, 24 de janeiro de 2010

Contentamento descontente

A Ministra do Trabalho reconheceu publicamente que foram poucos os postos de trabalho que se criaram em 2009 por via dos programas de combate ao desemprego. É verdade.

Contudo, esta rara e positiva humildade de reportar a realidade como ela é teve logo direito a imensa chuva de críticas nos meios de comunicação. Em particular, revelou-se bastante ácido o aprendiz de economista Camilo Lourenço. Para ele, a Ministra deveria publicamente ter assumido que as medidas foram mal desenhadas, tout court. Ora o que a Ministra veio dizer era que tinham sido insuficientes, o que é coisa diferente.

40.000 postos de trabalho (42.839 para ser rigoroso) não é assim tão pouco como isso numa altura em que os privados criam praticamente zero postos de trabalho.

É uma coisa do tamanho da British Airways, Sr. Camilo Lourenço...

Empregos precários, incertos, mal pagos, quase todos eles. Provavelmente assim é, mas pelo menos essas 42.839 pessoas estão agora ocupadas, estão a trabalhar, a aprender, a adaptarem-se a novas realidades, estão inseridos na população activa.

sábado, 10 de outubro de 2009

Pacheco Pereira, o invejoso?

Depois não te admires que te chamem o "pobre Pacheco"...
Uma tua pergunta pública:

"O que é que fez Obama a favor da paz, ou melhor, da Paz com letra grande? Nada"

Alguma vez te perguntaste, Pacheco, o que é que fez a Manuela Ferreira Leite em prol do que quer que fosse de interesse público?
Obama ainda só começou, e é verdade que todos esperamos mais dele, mas vamos lá ver:
  1. Correu da Casa Branca com os conservadores radicais, gente fanática, assumidamente pró-guerra, fundamentalmente anti-democrática e completamente despegada de quaisquer bases éticas, competência, honestidade intelectual.
  2. Ao contrário das (vossas) expectativas, tem sabido fornecer os instrumentos, e colocar as peças chave a jeito de se vencer a maior crise económica e social de que temos memória viva.
  3. Está a contribuir para extingir de forma responsável a acrimónia absurda que Bush vinha a acalentar em relação à Rússia, bem como a divisão que acalentava em relação à própria Europa (lembras-te da história da "velha Europa" vs. "nova Europa"? sabes o que se passa na Polónia?).
  4. Tem uma visão positiva para o mundo, construtiva, mais pacífica, mais responsável, mais dialogante, menos arrogante, mais respeitadora do ser humano. O homem inspira o melhor de nós.
  5. Já começou a inverter a posição pesadelo dos EUA em relação a Quioto.

Obama luta pela implementação de um sistema de saúde universal nos EUA, contra o que ainda lá vigora, enfrentando lobbies gigantescos cujo comportamento tem sido uma autêntica vergonha a céu aberto e contra os quais tu, meu filósofo da Marmeleira, nunca abriste o pio ao longo de todo este tempo (e podias tê-lo feito).

O comité Nobel não se enganou: em pouco mais de seis meses Obama restaurou alguma da tranquilidade de espírito e confiança no futuro ao mundo Ocidental. Lembra-te que é a primeira vez que tal sucede desde 2001. Não será isso uma forma importante de Paz, depois de um reinado de trevas que durou 8 anos e que tu raramente, ou nunca, enfrentaste com vigor?

O caminho faz-se andando. Cresce, Pacheco!...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Um livro que não vou comprar: "A vida é um minuto"

Hoje por volta das cinco da tarde, hora de emissões baiónicas, lá estava a Judite de Sousa sendo "entrevistada" sobre o seu novo livro.

Desta mulher, de quem assistimos a algumas das mais superficiais, quase-servis, e tendenciais entrevistas em canal de televisão público, eis que surje o último projecto de carreira: o livro da tanga que faltava.

Mas não é o livro em si que me indigna.

Não contente com a óbvia falta deontológica de fazer o principal canal público, seu empregador e para quem presta um cargo de direcção, conceder-lhe tempo de antena para actividades lucrativas de índole privada (ou mesmo de índole política), a senhora não se cansou de referir e aludir à "Verdade", a que tem gostado de se associar sem pudor, esquecendo o seu papel de moderadora, entrevistadora e, porque não dizê-lo: funcionária pública, ou quase.

Ficámos também a perceber que ela e as emissões baiónicas se associam com facilidade...

Sente-se neste livrinho provavelmente carreirista, a motivação de alguma inconfessada esperança num convite para um cargo mais elevado, protegido à direita (penso eu).

terça-feira, 19 de maio de 2009

Os problemas vistos da perspectiva do Martelo

Para os que pensam como um martelo, todos os problemas parecem um prego.

A analogia não é minha.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Não desista! Continue a mandar postais!

O mais recente cartaz da senhora é um manancial! Já muito foi dito sobre o assunto, e não me dá prazer "sovar mortos"...

Contudo, temos ali uma verdadeira caixa de Pandora, sobretudo no que toca a revelar a psique daquela clique.

Primeiro o fundo: cinzento, ou azul-cinzento, quiçá cor-de-burro-quando-foge, cor das nuvens pesadas, cor de abafo, presságio de tempestade e mau agouro.

Depois, a expressão facial... já ninguém espera que a senhora sorria mas caramba, será que não nos podemos rir nós um pouco da crise enquanto não passa? Não será o humor, ou pelo menos a demonstração de um mínimo do seu sentido, um antídoto eficaz contra depressões colectivas?

Será que precisamos de aceitar um ambiente popular ainda mais derrotista, auto-flagelatório e super-pessimista?

Lembram-se daquela canção brasileira escrita em tempos de muito aperto que grassava assim logo a entrar "Meu Deus, mas para quê tanto dinheiro? / Dinheiro só p'ra gastar". Pois é: uma das coisas absolutamente necessárias no nosso país é essa espécie de optimismo fundamental, de que a senhora tem um défice crónico provavelmente incurável.

A forma de um simples sorriso é muito importante. Atente-se em La Gioconda.

Já no cartaz da senhora temos que gramar "sorriso 33", nitidamente amarelo e sem qualquer promessa do mínimo encanto ou futuro digno de nota. É todo um outro universo de "Mona Lisa".

Não sei o que será de mim se um engarrafamento na segunda circular me prende ao pé de um dos ditos...

Churchill nos seus dias mais difíceis, nos tempos do Blitz, sabia transmitir optimismo indomável, ainda que confrontado com o terrível abismo da derrota total iminente. O seu V premonitório era de esperança de aço feita de vontade pura de lutar, resistir e vencer.

Mas o que raio transmite aquele V do cartaz - que nem a senhora se atreve a fazer muito à vontade, note-se. O único sorriso que o cartaz me arranca é confundir por momentos esse vêzinho com o coelhinho da Playboy...

Para quem é um bocadinho "pitosga", que é o meu caso, olha-se para aquilo e... PSD V? Mas que partido é o PSD V?

Para compor o ramalhete há ainda aquela linha 808 não sei o quê... bom: mas quer dizer fale connosco, venha carpir as suas mágoas? Fale connosco, não se suicide já a seguir? Fale connosco, dê-nos ideias para a gente meter num programa inventado à pressão?

Ficámos igualmente a saber que agora, a partir de agora, é que a política vai ser feita de verdade (ahhhh). Uma mensagem credível, sem dúvida... vou já dormir muito mais tranquilo!

Finalmente, o c(h)erne da mensagem: "Não desista...". Essa é a parte que me lembro. Soa-me vagamente a "Não há dinheiro", ou talvez a "Não podemos", ou ainda simplesmente a "Não"...

O cartaz parece saído de uma produção "série B", pior do que muitos feitos por amadores em concurso para as eleições da Associação de Estudantes. Uma produção baratinha, de má qualidade e a pensar em pequenino, muito pequenino, bem à imagem dos donos do costume.

Será aquilo em que a senhora quer tranformar este país?

Porque "tristezas não pagam dívidas" fica a tal letra brasileira, escrita em tempos de hiper-inflação, e mesmo assim irónica, espirituosa e bem ritmada.

Isto sim, era inspirar:

Meu Deus mas para que tanto dinheiro / Dinheiro só pra gastar
Que saudade tenho do tempo de outrora / Que vida que eu levo agora
Já me sinto esgotado / E cansado de penar, meu Deus /Sem haver solução
De que me serve um saco cheio de dinheiro /Pra comprar um quilo de feijão

Ai, ai, meu Deus:Meu Deus mas para que tanto dinheiro?
Dinheiro só pra gastar...






segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Homem das Informações

Marcelo Rebelo de Sousa, o professor, tem acesso a informações fora de alcance ao comum dos mortais. E gosta de o exibir, pelos vistos, como se viu no anúncio antes de tempo confirmando que o primeiro caso de gripe tipo A em Portugal teria sido causado pelo vírus H1N1.

Ultrapassou as suas competências e colocou em risco a gestão de informação a cargo da Saúde? Assustou mais umas dezenas de milhares de portugueses sem qualquer necessidade? Que importa? O que é a vida sem surpresas? E a tv sem Marcelo?

Se tiver parecido mais esperto e conseguido mais uns segunditos de tempo de antena já não se perdeu tudo.

Para ele não há segredos. "Parece que é bruxo", diria alguém.

Mas não, foi apenas Marcelo no seu pior.

A Ideia é Minha, Pá!

O Sr. Rangel teve ontem uma boa ideia (laudas, que já era tempo!): fazer força no sentido de implementação de um Programa Europeu do tipo do Erasmus, mas para jovens profissionais em vez de estudantes.

No entanto, quando o Sr. Horta veio a terreiro afirmar que a AICEP já dispunha de programa semelhante, o que é verdade (embora ninguém saiba como e se funciona), aqui D'El Rey! O Sr. Rangel irritou-se!

...Que a ideia era minha!...Irra!...E coiso e tal...E vai daí está a insultar o Sr. Horta desnecessariamente.

A reacção do Sr. Rangel pareceu-me, bom... um pouco exagerada, para ser brando. Reacção insegura, no mínimo.

E era evitável, porque a gente percebe o alcance da ideia sem que seja necessário berrar...

Só se irrita assim quem tem uma ideia a cada cinco anos, mais coisa menos coisa... o que certamente não será o caso do Sr. Rangel.

terça-feira, 28 de abril de 2009

A Entrevista...Estilo Português Suave

Não percebo como é que se entrevista um PM em funções em jeito de interrogatório (como me pareceu fazer certo canal), ao mesmo tempo que se entrevista em jeito de amena cavaqueira, sem perguntas difíceis, os seus adversários mais directos.

Não deve qualquer candidato a PM ser escrutinado de forma completa? Ou será que a cada PM que temos devemos esperar que só o próximo venha a ser digno do cargo?

Interpretei a muito pouco profunda entrevista recente desse canal à senhora como quase Sebastianismo, senão mesmo como favor político.

Não houve uma única pergunta mais séria e directa, ou mais desafiante, sobre a agenda que se propõe a eleições no campo da Educação, da Justiça, da Saúde ou da Segurança Social.

Fiquei a perceber o mesmo. E nessa, não me levam.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

A Neo-Realeza da Nação

Um certo programa de Contacto tem tido certamente algum mérito, pelo menos em termos conceptuais.

Porém, as condições em que ocorre, desde a selecção de pessoas à sua colocação em empresas externas, tem que se lhe diga.

Há alguns anos atrás, os estagiários ficavam com um portátil (não era barato na altura) no fim do estágio. Boa parte das pessoas escolhidas faziam duvidar da idoneidade do programa de selecção: médias de conclusão de licenciatura baixas, fraco domínio de línguas básicas e um certo bronzeado relaxado algo suspeito...

Depois acabaram-se os portáteis à borla e o número de candidatos aumentou.

Parece que recentemente, um funcionário da Aicep no Extremo Oriente terá levado a jantar estagiários a um restaurante cosmopolita, tipo 70 Euros por cabeça (uma bagatela...), para depois lhes anunciar que... seriam eles a pagar a conta!

Ao mesmo tempo, esses estagiários, alguns muito novos e sem qualquer experiência, terão sido deixados entregues a si mesmos, sem saber como ou onde alugar casa a preço justo, sem qualquer adiantamento de bolsa de estágio, sem saber o que comer e onde, ou sequer sem ter recebido qualquer formação sobre os usos e costumes locais, alguns bem diferentes dos nossos.

Parece mais uma historieta tipo "Magalhães"?

Conforta-me pensar que ao menos o tipo da Aicep deve ter jantado bem naquele tal dia com os estagiários, o pobre...

Fico estarrecido com tamanho "bom senso"... com a facilidade com que alguns funcionários de uma agência pública cuja função poderia ser vital, sobretudo nos dias que correm, caem neste tipo de ridículo.

Seria mais um dos finos "herdeiros da Coroa Real" a soldo desta pobre República ?




sábado, 11 de abril de 2009

Mensagem à senhora

Tinhamos já uma crise estrutural grave? É claro que sim, começou em 1143!

Mas quem quiser ser cego, que o seja: pelo link abaixo, perceberão como uma imagem pode ilustrar quem verdadeiramente manda no mundo, e quem segue.

http://www.jornaldenegocios.pt/images/2009_04/pop_g20.html

Mas é claro que não interessa à senhora discutir a crise global, e muito menos falar verdade aos portugueses sobre a nossa vulnerabilidade aos aspectos mais fundamentalistas da teoria económica neo-liberal... que continua a defender sem exercício de qualquer espírito crítico tal e qual como antes de Agosto de 2007.

Problemas do foro oftalmológico?

domingo, 1 de março de 2009

TV Pimba internacional


É um tanto triste que o principal canal público nos condene a "emissões baiónicas" todos os dias úteis à tarde, num registo infalivelmente pimba.

Os nossos impostos poderiam servir em lugar disso para promover o turismo e a gastronomia regionais, reforçar a componente das tradições, a mistura do antigo com o que de inovador vai surgindo, mas parece que os nossos produtores públicos não conseguem entender isso fora de uma lógica provinciana e parola (reveladora do nível intelectual que grassa na capital que temos), que aposta na teoria da estupidificação anestesiante, como nos tempos da outra senhora.

O mesmo sucede, porventura com consequências tão ou mais graves, com a componente internacional principal de radiodifusão pública televisiva.

Um bom exemplo comum aos dois canais: a "Volta a Portugal"!

Poderia existir o bom senso - como sucede em França, Espanha e Itália - de aproveitar a "Volta" como elemento de promoção das paisagens naturais do país, das estradas que são bem melhores do que há 20 anos, do património histórico... enfim, de aspectos razoáveis e interessantes que promovessem uma imagem mais moderna ou original do país e o tornassem mais atractivo para visita ou investimento.

Em vez disto, temos de assistir a um desporto interessante polvilhado de pimbalhice, por vezes mesmo feito em estradas esburacadas que parece serem escolhidas a dedo.

Já era tempo de mudar isto, porque pagamos todos a dobrar: primeiro no custo directo e depois na ausência de resultados do pimba.

Se queremos apostar na língua portuguesa, internacionalmente, usando nessa vantagem competitiva uma melhor ponte para outros povos e mercados, não podemos, ao mesmo tempo, escolher patinar no registo do garrafão de 5 litros de tintol.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

"Falar verdade aos portugueses", no Facebook?


"Neste momento, tenho 122 amigos no Facebook. São muitos, são poucos, serão verdadeiros ou falsos? Ainda não percebi. O que sei é que, para já, tenho mais amigos que não conheço no Facebook do que alguma vez tive na vida real. A minha média actual de amigos verdadeiros na vida real é de sete ou oito e meio, um número que estará dependente das prendas que ainda conto receber este Natal. No Facebook estou farto de receber prendas e bolas de neve virtuais.

Ao contrário das parolices infantis tipo Hi5 onde os miúdos comunicam através de iniciais, diminutivos e neologismos com a letra K, o Facebook é uma coisa séria, digna e um pouco snob que reune profissionais do meio, independentemente do meio e do fim dos respectivos profissionais (dizem-me que a maioria só quer ir para a cama uns com os outros, mas lamentavelmente ainda não recebi nenhuma proposta indecente).

O Facebook é uma rede social na internet composta por amigos que não se conhecem mas gostariam de passar a não se conhecer melhor. O que será preciso fazer para qualquer um de vocês participar? Basta receber um convite ou inscrever-se. Se ainda não recebeu nenhum convite na sua caixa postal é porque ninguém no Facebook quer saber de si. O que não é necessariamente uma má notícia.

Se desejar inscrever-se sem ter amigos que possam partilhar este seu interesse virtual, o melhor é fazer como todos nós e fingir-se entendido ou deveras interessante. O primeiro passo da mentira é a fotografia. A minha fotografia do Facebook, por exemplo, reproduzindo um momento muito sexy em que eu fui apanhado atrás da câmara de filmar em St Malo, há uns anos, contraria uma das principais regras assumidas (mas não pronunciadas) pela comunidade, que é o de revelar o rosto - daí o nome, Facebook, “capisce”?"

(...)

in Jornal Metro, Dezembro de 2008

E por aqui podemos ter uma ideia de como vão as estratégias presidenciais... ou talvez não.