Ainda que seja de esperar que a vacina H1N1 fique obsoleta em consequência da rápida evolução do vírus, a verdade é que ela pode ser um bom instrumento para salvar vidas.
Há países na Europa, supostamente com menos recursos que Portugal, que a distribuem gratuitamente e a pedido individual, como é o caso da Hungria.
Por cá, fico com a impressão de que a limitação de recursos ou outras razões convergiram na estratégia de "saturação mediática preventiva" do assunto.
Durante a primeira fase de contágio a Ministra Ana Jorge fazia conferências de imprensa diárias; eram examinadas todas as pessoas em contacto mais estreito com a pessoa contagiada. Os meios de comunicação saturaram-nos com tanto cuidado e tão poucos contágios.
Agora, que começamos de facto a ter surtos e vítimas mortais, a distância e o cuidado parecem extinguir-se: já não se fazem testes a não ser em casos julgados graves (não poderá ser isso tarde de mais?), já se pede a algumas pessoas que evitem comparecer nos Hospitais... a vacina tarda em estar disponível de forma alargada...
O principal problema do SNS parece ser o seu serviço diferencial, tipo 8 ou 80: se o caso é ligeiro ou falso alarme, pode de facto "resolver-se" via Saúde 24, se o caso é mais grave, recorre-se à urgência... mas para tudo o que sucede a meio da escala, que tanto se pode "resolver por si" como transformar-se rapidamente em casos graves, como é?
Porque razão ainda não ouvimos a Ministra tomar por exemplo a medida - preventiva, mas necessária - de dotar (ao menos durante o Outono e Inverno) os Centros de Saúde de capacidades aumentadas de diagnóstico, horário de funcionamento, e resposta concreta à gripe?
Lápis L-Azuli
Há 21 minutos
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