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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Aznar en Oviedo

Decidi aqui registar para memória futura o espírito democrático de Aznar à saída da Aula Magna da Faculdade de Economia de Oviedo, onde foi confrontado com uma vaia pública universitária do tamanho de uma catedral.

Por aqui se vê a capacidade argumentativa do grande e tradicional espírito da direita Ibérica, quando confrontado com o povo. Uma absoluta e decadente falta de dignidade.

Comparativamente, o ex-Ministro Manuel Pinho poderia ser um exemplo de auto-controlo.

Cá se fazem, cá se pagam...

domingo, 24 de janeiro de 2010

O Haiti, é aqui

Mais do que relatar os factos ou histórias humanas, alguns dos nossos jornalistas, redacções e directores de informação, usam e abusam do sofrimento alheio sem pudor, numa espécie de festim pornográfico de sede de sangue alimentado pela obscena saliva de vender, não importa o quê, não importa como, não importa a quem.


Faz lembrar a canção de Caetano Veloso, o "Haiti, é aqui".

sábado, 7 de novembro de 2009

Para memória futura, I

Bem aventurados os pobres de espírito!

... E malditas as serpentes!

Em Setembro passado a Segurança Social informava no seu site que existiam 148.377 famílias a receber o Rendimento Social de Inserção (RSI), ou seja mais 22.856 famílias do que em 2008 (um crescimento de quase 15%).

O número de beneficiários a receber o RSI tem subido, em média, 14% ao longo deste ano. Em Setembro, o maior número de beneficiários situava-se no distrito do Porto (126.958), seguido de Lisboa (63.845) e Setúbal (24.848).

Para um ano em que o desemprego evoluíu de forma bem mais galopante, nada de extraordinário vejo a assinalar no número, excepto talvez a sua bem pequena dimensão e reduzido impacto no combate à queda na pobreza.

Mas é este o número que tantas "serpentes" têm usado para se arrogarem o direito de dizer que vivemos numa espécie de subsídiolândia, no que já nos vem habituando o seu estilo muito Texano de estar na política...

A crítica vem da mesma gente do "Ajudem quem mais precisa".

Em quem seria que estavam a pensar quando nos tentaram intoxicar com mais um slogan sem escrúpulos?

sábado, 31 de outubro de 2009

Face Oculta

O caso que envolve o senhor Vara encaixa naquela classe de casos plausíveis que em nada dignifica o PS ou a coisa pública. Depois de uma ascensão meteórica dificilmente assente em brilhantismo académico ou profissional, já se previa que alguma coisa, um dia, viesse a acontecer.

Da Wikipedia:

"Armando António Martins Vara (Vilar de Ossos, Vinhais, 19 de Fevereiro de 1954) é um político português e administrador bancário. Estudou Filosofia na Universidade Nova de Lisboa, tendo abandonado a universidade sem obter o diploma de licenciatura. Mais tarde obteve o diploma de licenciatura no Curso de Relações Internacionais na agora defunta Universidade Independente, três dias antes da sua nomeação para a Administração da Caixa Geral de Depósitos, cargo que deixou de exercer para assumir a presidência do Banco Comercial Português.
Um mês e meio depois de ter abandonado a Caixa Geral de Depósitos para assumir a vice-presidência do Banco Comercial Portugal foi promovido no banco público ao escalão máximo de vencimento, o nível 18, o que terá reflexos para efeitos de reforma.
"


Do rol de irregularidades relacionadas com Vara surge mesmo a certa altura um suposto recurso a técnicos que dele dependiam para um projecto de moradia pessoal (sem comentários).

É forçoso que mesmo antes de transitar em julgado, o PS e o BCP e o Banco Central façam as suas própias averiguações e não primem pela inacção.

A confirmar-se a veracidade do teor das escutas da PJ (provas de corrupção), Vara deveria, no mínimo, ser suspenso das suas funções bancárias (ainda que a Lei o não exiga) e afastado de qualquer cargo público.

Sem qualquer margem para dúvidas, este caso (que nada tem a ver com a poeira e intentonas de outros "casos" surgidos contra Sócrates no último ano e meio) será uma dura prova para o XVIII Governo.

domingo, 11 de outubro de 2009

O homem mais perseguido do mundo

Depois de declarada inconstitucional a lei que previa a sua imunidade judicial e a de três outros altos cargos do Estado Italiano, Berlusconi afirmou, um tanto irado:

"Sou um perseguido. O maior da história, dado que sempre me absolveram (...) Gastei mais de 200 milhões em juízes... perdão, em advogados".

Há que convir que Il Cavaliere, dentro do seu género, ainda consegue ser cómico.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

"A crise acabou", parte II


Todos sabemos que o desemprego sofre de alguma "inércia" relativamente às crises económicas, perdurando no tempo após o anti-climax das depressões como a que atravessamos. Ainda assim, irresponsavelmente, o PSD apostará em breve na derivação da tese de MFL: "A crise acabou".

É o que se vê e ouve já também a outros dirigentes do PSD (alguns deles economistas!), como Rui Rio, que acusou Sócrates de estar a criar um país de subsídio-dependentes por causa do número de pessoas que recebe o Rendimento Social de Inserção (RSI) ter aumentado de algumas dezenas de milhar de pessoas.

Lembro ainda, em relação a essa prodigiosamente cega afirmação, o que propagandeava um dos cartazes recentes da outra senhora. Rezava assim: ouvimos os portugueses: "ajudem quem mais precisa".

Justamente num ano como o que atravessamos o que poderia um cidadão normal esperar do seu Governo? Que reduzisse o número de recipientes do RSI, quando se sabe que o desemprego mais que duplicou e se tem consciência das graves dificuldades sociais de algumas famílias portuguesas? Seria isso "natural"?

Que Rio defenda que essas pessoas deveriam integrar forças de trabalho comunitário em part time enquanto recebem o RSI, é razoável. Que critique por criticar, e acuse de falsários e preguiçosos, às cegas, muitos dos que passaram a receber o RSI, é populista, irresponsável e absurdo.
Que se documente primeiro, e abra a boca depois.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Grave momento

Pessoalmente, já intuía que a noite pudesse vir a ser aziaga. Já o tinha escrito no post de ontem.

Por onde começar?

Talvez pelo fim: “Estará a informação confidencial contida nos computadores da Presidência da República suficientemente protegida?” perguntou Cavaco Silva, que afirmou que "hoje, só hoje" teriam sido feitas consultas sobre a segurança informática da PR que, como se deduz, foram quase inconclusivas: qualquer sistema informático possui "vulnerabilidades" (até o do Pentágono). Mas nenhuma "vulnerabilidade" constitui por si só prova de "intrusão". Daí à questão citada (que aparentemente interliga as "vulnerabilidades" com uma ocorrência implícita de "intrusão") vai uma distância para a qual Cavaco não apresentou nenhum fundamento.

Pergunto: com que espécie de ligeireza Cavaco investiga em um só dia, e conclui nesse próprio dia, que não só existem "vulnerabilidades" como poderão ter existido intrusões de segredos através dessas "vulnerabilidades", associando tudo isso a pretensas manipulações do PS?

Ainda mais espantoso: como é que num só dia - hoje - Cavaco elimina as hipóteses de que essa intrusão implícita se possa ter originado a partir de corporações não-governamentais ou até, porque não, por parte de outro Estado?

Admirável e inédito, pela negativa, de qualquer investigação séria de contra-espionagem que fosse susceptível e admissível realizar a pedido de um Presidente da República que se sentisse vigiado (e que requereria um absoluto segredo desde a primeira suspeita, exactamente ao contrário de tudo o que temos vindo a assistir).

De novo: que factos fazem supor qualquer tipo de intrusão? Que ligação tem isso com os factos já conhecidos desta história? Com o PS em particular? Nada, zero, o deserto absoluto: nenhum esclarecimento concreto.

Outra questão reveladora de Cavaco Silva: "Como é que aqueles políticos [do PS] sabiam dos passos dados por membros da Casa Civil da Presidência da República?”

Tive dificuldade em acreditar no que estava a ouvir de Cavaco Silva, o nosso PR, 48 horas após as eleições: a mesma tola questão que ouvimos de muitos elementos do PSD em campanha eleitoral...

A resposta para esta "questão" é sobejamente simples: essa informação já tinha sido publicada na imprensa antes dos políticos visados do PS a terem referido, e o próprio site de campanha do PSD a noticiava, sem sombra para quaisquer dúvidas. Ver aqui a confirmação dada pelo próprio PSD no seu sítio (enquanto não for retirada): "Ferreira Leite faz o programa com Catroga e assessores de Belém", http://www.politicadeverdade.com/?idc=1102&idi=4447

Novamente admirável.

Porque sendo o caso da pergunta de Cavaco não fazer sentido, então o seu objectivo só pode ser o de intoxicar ainda mais aquela parte da opinião pública que não está ou não quer estar ao corrente dos factos. Resta saber com que objectivo último...

Para Cavaco, “foram ultrapassados os limites do tolerável e da decência”. Também concordo: já chega de jogar à Esfinge!

Por que razão absurda, com que objectivos, monta tão tarde Cavaco uma acusação com tamanha gravidade a "personalidades destacadas do partido do Governo", lançando mesmo a suspeita sobre o próprio Governo no seu todo, baseado tão somente no facto de 4 elementos do PS se terem referido, em campanha, a um facto público que logo a seguir ele classifica na sua comunicação de hoje como normal?

Cavaco Silva, ou terá argumentos mais sólidos e inteligíveis, ou simplesmente nunca os teve nem terá; nem para explicar o seu longo silêncio, nem para explicar as suas mais recentes afirmações...

Como irá acabar esta tragédia de erros?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Tasse bem...


Excertos de um artigo recente do Público sobre declarações de responsáveis das Finanças acerca de contribuintes portugueses com contas no Liechtenstein:

"Não têm nomes apelativos e tomara que todos os contribuintes fossem tão solícitos em regularizar a situação fiscal como eles. Quem o afirmou ao PÚBLICO foi Carlos Lobo, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, sobre os contribuintes portugueses cujos nomes constam da lista de investidores no Liechtenstein obtida pela administração alemã no início de 2008.

Carlos Lobo não quis dar pormenores, alegando sigilo fiscal. Não disse quantos eram ou de que tipo de contribuintes se tratava. Mas qualificou os casos como "uma situação comum em relação ao Liechtenstein"."

Declarações muy estranhas... e que para já não merecem mais comentários. A acompanhar.

sábado, 11 de julho de 2009

Sobre a condenação da ERC ao Jornal da Noite da TVI


Regulação, ou condicionamento?

Os membros do Conselho Regulador concluiram na altura que era seu dever “instar a TVI a cumprir de forma mais rigorosa o dever de rigor e isenção jornalísticas, aqui se incluindo, nomeadamente, o dever de demarcar ‘claramente os factos da opinião’ (artigo 14.º, n.º 1, alínea a) do Estatuto do Jornalista”.

Esta advertência algo rara - que pecará talvez por defeito de abrangência - suscita algum interesse, mas não posso deixar de pensar que dificilmente se tratará de mera coincidência.
A não ser coincidência sinto algum pesar, porque falta em Portugal mais isenção e autonomia política de facto nas instituições reguladoras. "Bem prega Frei Tomás"?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

A Auto-Europa e os Tiranossauros Rex


O senhor Francisco Van Zeller afirmava há dias acerca dos desenvolvimentos recentes na Auto-Europa que “trata-se de centenas e centenas de trabalhadores que acabam de ficar sem trabalho porque alguns querem ser pagos com algumas percentagens e ao sábado”.
Ora aquilo que a VW está a fazer na Auto-Europa, já desde há alguns anos, parece ser lançar periodicamente o espectro do fecho, na esperança de redução do seu pessoal de forma mais contida e incremento da produtividade do pessoal remanescente à custa de laboração mais prolongada.
É preferível aumentar a rentabilidade de uma unidade industrial do que optar pelo seu fecho efectivo, claro. Para mais, pode aceitar-se que isso suceda numa indústria onde a produtividade está gerida ao máximo da eficiência, o que anda muito longe de ser o caso da maioria da indústria nacional.
No entanto, parece-me, o verdadeiro objectivo da VW não se prende apenas como uma necessidade de gestão de curto prazo, antes com medidas de sustentabilidade para conviver com um período de carência de procura que não se adivinha ser curto.
Dito isto, nunca pode ser simpático, nem aceite de bom grado, trabalhar-se "à borla", como o senhor van Zeller pretende que se aceite. Será um mal necessário, talvez, mas daí a aceitar-se como solução inevitável, vai uma grande distância.
O senhor van Zeller não quer que o Governo intervenha. É claro que não. Mas ele, o senhor van Zeller, já pode intervir... E porquê?
Porque a parte medíocre da indústria portuguesa espera tirar do precedente da Auto-Europa os devidos dividendos. Visão? Preparação para o futuro? Nada. Puro situacionismo de curto prazo, típico açoite e castigo, enfim, a solução mais fácil (desde que seja a VW a tomá-la primeiro...).
Atente-se na falta de consciência das declarações do senhor van Zeller: “Em tempos bons tudo funciona bem. A produtividade é muito alta. A qualidade é elevadíssima o que faz com que aquela fábrica seja uma jóia no grupo VW. Se perdem esta característica passam a ser uma fábrica vulgar. E como fábrica vulgar representa 1,3% das vendas da VW. Apaga-se com uma borracha”.
Pode ser que o senhor van Zeller tenha sido promovido a consultor da VW, não se sabe...
O que ficamos a perceber das suas palavras parece ser que, em tempos de vacas gordas, é preciso açoitar-se os mesmos, a bem dos lucros, e em tempos de vacas magras, também é preciso açoitá-los, a bem da sobrevivência.
Eis a versão incontida, da noção de responsabilidade social do senhor van Zeller: a vidinha das pessoas que trabalham nalgumas empresas deve ser considerada tão frágil que a possamos apagar com uma simples "borracha"...
Mas há mais: “não há direito de uma Comissão de Trabalhadores fazer ajoelhar uma empresa só porque quer sábados”. Claro que não senhor van Zeller, mas já há direito a ofender a dignidade de quem trabalha com esse tipo de afirmações fora de tom? Que ajoelhem sempre os mesmos, e de preferência da forma mais humilhante?
Ao insultar e velipendiar a dignidade pessoal e profissional de milhares de colaboradores da VW - varrendo de uma assentada preguiçosos e aplicados, competentes e incompetentes, todos pela mesma fivela - o senhor van Zeller só deita gasolina numa perigosa fogueira. A VW não lhe agradecerá.
Enfim, é a sensibilidade do costume, mas para pior. Meu caro amigo, os tempos já não são os seus. Não parece que o futuro passe por si.

sábado, 23 de maio de 2009

O veto e a falta de debate sobre regras anti-concentração dos media

Sendo que também concordo que uma lei que incentive a pluralidade é muito necessária e um garante importante para a democracia (embora não necessariamente esta lei proposta, que conheço mal), acho estranho o segundo veto presidencial.

Já desde os anos 50 que existem nos EUA leis que previnem contra a possibilidade de concentração exagerada dos meios de comunicação social, que com esse fenómeno perdem isenção, profundidade de investigação e ganham uma notável tendência à instrumentalização de opiniões.

Por isso seria bem necessária, para o presente mas sobretudo para o futuro, uma lei apropriada em Portugal.

Contudo, ninguém o discute seriamente, repetidamente, sobretudo nos meios de comunicação social.


Porque será? Talvez o presidente saiba.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Mais evasão fiscal...

Alguns administradores criam empresas em nome individual e transferem parte dos custos da empresa que gerem e custos pessoais para lá, para se tornarem eles próprios "fiscalmente mais eficientes". Um problema que merece ser investigado e travado.