Personagens insuspeitas - à esquerda e à direita - apressaram-se, ainda antes das 20:00h de hoje, a discorrer sobre a "inexperiência" de Fernando Nobre, a alertar para o eventual "efeito divisionista à esquerda" que a sua candidatura à Presidência da República iria motivar; outros, disfarçando mal o nervosismo que a candidatura de Nobre lhes desperta, profetizaram entretanto que a sua candidatura não conseguirá ir além dos 5% ou dos 6%. Para compor o ramalhete de comentários perfeitamente estúpidos, já ouvi mesmo dizer à direita que Nobre lhes fará o favor de se poderem dar ao luxo de nem sequer terem de ir votar, tal é já a sua certeza da vitória de Cavaco...
Se alguns portugueses, por um lado, rogam pragas aos políticos "profissionais" numa base diária - especialmente aos que estão no poder - e fazem reflectir sobre os políticos e a política muito do que lhes corre menos bem na vida, clamando ardentemente pelo acesso dos "melhores" à política, por outro lado, quando alguns desses nossos melhores finalmente avançam - ou mesmo antes, como se vê - começa de imediato a sátira e o absurdo.
Pode ser que eu esteja maluco, que eu esteja a ver muito mal a coisa, que eu tenha perdido discernimento, mas depois de ouvir Nobre hoje às 20:00h, pensei: temos Presidente!
Moçambique pós-Natal
Há 5 horas
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