Um dos desafios anexos às garantias do Estado português à banca - que na essência asseguram a continuidade de financiamento externo da economia portuguesa em 2009, ainda que a preço mais elevado - reside na necessidade absoluta de controlo (regulação) mais apertado sobre a qualidade do crédito concedido pela banca aos agentes de mercado.
Pelo caminho, tem de ficar vedada a tentação de conceder crédito fácil que empole lucros de curto prazo mas mine os de médio e longo prazo, congeladas temporariamente as operações de fusão e aquisição bancárias; têm de se exigir sistemas de controlo de risco mais transparentes, possivelmente a descontinuidade de operações em off-shores (que fogem aos impostos que todos pagamos "a dobrar" nas garantias), e por aí fora.
No mundo, os Ingleses estão aparentemente a tomar a liderança nas propostas de redesenho dos sistemas financeiros (Gordon Brown reuniu-se com Barack Obama para o discutir ao mais alto nível).
Cá em casa, e mesmo sabendo que a solução terá de se concertar globalmente, não há debate público sobre o assunto: as autoridades de supervisão estudam o que fazem os vizinhos, os banqueiros não falam do assunto, os sindicatos pouco ou nada acrescentam, o governo idem aspas, o parlamento está mudo e distraído com comissões de inquérito (provavelmente inconclusivas), a oposição está sem propostas (como de costume), e os media também não promovem nenhum debate, antes preferindo perseguir do que ajudar a pensar. Alguns académicos - muito poucos - afloram o tema, mas apenas suavemente e quase a medo.
Resignar-nos-emos ainda antes do tempo, e uma vez mais, ao mero "copy-paste" acrítico?
Que espécie de povo nos tornámos que sem hesitar importa tudo feito e pensado lá fora mas se recusa a usar a sua própria cabeça?
Frases de 2024 (31)
Há 3 horas
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