Há alguns jovens professores universitários que, embora não publiquem, passam alguma parte do tempo em conferências e seminários, sobretudo no estrangeiro. Nada tenho contra a actualização de conhecimentos necessária, mas bem sabemos todos que essa é muitas vezes uma meta secundária nestas coisas...
Não defendo que o erário público tenha de suportar turismo, ou mesmo networking social, face à ausência continuada de resultados académicos (produção de ciência).
Se é normal que esse tipo de apoio seja incondicional em início de carreira, deveria ser progressivamente indexado a resultados científicos e/ou publicações relevantes. É uma questão de princípio e de reconhecimento justo do mérito. E é uma questão estrutural se se quer vir a ter uma Academia digna desse nome, com suporte na investigação e no mérito, em vez de escolas de "burros pomposos".
Nas ciências, em particular, parece-me que professores que estejam mais de dois anos sem inserção em grupos de investigação ou sem publicações relevantes deveriam ver as verbas para "turismo científico" fortemente postas em causa, no mínimo indexadas a resultados. Se não há resultados, usem a internet que já não é mau.
Existem excelentes professores universitários no país, mas convenhamos que são raros, e que existindo excelentes, bons, maus e péssimos, deveriam ter carreiras mais diferenciadoras do mérito respectivo.
As renovações de contrato praticamente automáticas, o inbreeding, o pequeno tráfico de influências não deveriam ser omnipresentes.
Mais transparência e responsabilização precisam-se.
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Há 2 horas
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