A maioria dos portugueses ignora que toda esta estória de suspeita de "escutas" e "vulnerabilidades" no sistema informático da Presidência da República será, sem a menor dúvida, alvo certo da chacota de todos os serviços de informação na Europa e para lá dela. Pensar que ninguém, a esse nível, queira saber do que se passa em Portugal é de uma grande ingenuidade.
De uma penada, todos ficaram a saber pela voz do próprio Presidente português, que deve ser uma brincadeira de crianças comprometer e violar informação confidencial do Estado, ainda que ao mais alto nível. Não é admissão pública que se possa fazer sem os devidos fundamentos, as devidas despistagens e o devido decoro e discreção.
Cavaco não se deve admirar que nos seus próximos encontros bilaterais apanhe com alguns sorrisos sardónicos.
Nunca, mas nunca, uma suspeita de vigilância foi tratada desta forma aberrante e infantil num Estado de Direito que se preze. Mesmo que hipoteticamente existissem - ou existam - indícios de vigilância do Governo sobre a PR, o caso merecia outro tipo de tratamento.
Assim, a declaração de terça-feira do senhor Presidente da República não só compromete a estabilidade política entre as mais altas instituições portuguesas, como também coloca a nu matérias sérias que intersectam o espaço da segurança nacional. Isso acontece por iniciativa do próprio Chefe Supremo das Forças Armadas, que é Cavaco.
Mais esquisito, só mesmo a publicação acidental de agentes da secreta portuguesa, há uns anos atrás.
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Há 1 hora
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