É preciso perceber de onde partiram as reacções ao inocente video de Maitê. O que alguns "botas" (de elástico) não gostaram, meia dúzia de energúmeros que gostaríamos de ver no pólo Sul, terá sido apenas e somente o facto de se ventilar no Brasil que alguns portugueses, num concurso orquestrado por idiotas, fossem capazes do ridículo supremo de "eleger" ao título de "melhor português de sempre" um dos maiores opressores públicos da sua história: o "botas-mor", Salazar.
A minha tese é a de que essa "eleição" visou sondar e preparar o eleitorado - à época, 2007 - para a possível vitória e exercício de poder duma direita ideologicamente radical, falsamente democrática, através duma manobra multi-media (que combinou jornais, novelas, blogues, opinion makers a até esse curioso concurso); de uma campanha de inspiração afecta a um partido político cada vez mais inconsequente, mas virulento e atrasado, desenhada para branquear não apenas o nome do ditador como também o próprio conceito de ditadura em Portugal; uma campanha elaborada por gente sem escrúpulos que se agitou por fanatismo, alienação ou corporativismo económico, na senda da anti-utopia do "ditador benevolente".
Eu não teria dito melhor. Isto dos ditadores benevolentes só existe no mundo dos "geeks"... e atenção com as serpentes!
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