Eu posso compreender o meu "amigo" Silvio. Sem a sua devoção e sacrifício seria todo um sector da economia italiana que se desmoronaria: o das prostitutas de luxo. Em tempos de crise todos os esforços são de louvar... Oops, já me tinha esquecido que ele nem sequer paga!
Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: «Fui eu?»
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa
Eu posso compreender o meu "amigo" Silvio. Sem a sua devoção e sacrifício seria todo um sector da economia italiana que se desmoronaria: o das prostitutas de luxo. Em tempos de crise todos os esforços são de louvar... Oops, já me tinha esquecido que ele nem sequer paga!
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