Um dos poucos discursos que tive o azar de ouvir, de uma deputada popular portuguesa, acerca do 25, versava a certa altura sobre as ignomínias e abusos do PREC e as suas nacionalizações.
Já correu sobre isso (as nacionalizações) tinta que chegue e poucos se orgulharão da forma como algumas se passaram, de facto.
No entanto, a senhora deputada, querendo não sei bem o quê, talvez procurando o famigerado revisionismo histórico à moda de Santa Comba, aludia ao cenário hipotético-utópico de um 25 que nunca ocorreu, desejando que tudo se tivesse passado sem os referidos abusos, vide as nacionalizações e saneamentos arbitrários.
Passados 35 anos desse dia 25, como é possível que alguém troque o dia que nos devolveu ao processo democrático por um cenário de "transição pacífica"?
Minha senhora, acaso o Estado Novo não teve tempo suficiente para meditar sobre essa alegada "transição pacífica" desde 1945? Teve todo o tempo, poder e oportunidade para o fazer... a verdade é que nunca desejou tal transição.
Por aí se deve julgar a fedorenta incompetência e podridão desse Estado Novo pós-1945: pela incapacidade e relutância de devolver o país à democracia.
Mas é claro que, tal como diz o ditado, "pimenta no cu dos outros, é açucar!".
Um partido que usufrui da democracia sem compreender isto, parece um tanto patético.
PS - Minha senhora, se conhecer na história do mundo alguma revolução sem abusos, informe, sff. Até ver, e para mim, vossa senhoria ficará na classe do "quem cala consente", até que se redima e vença essa espécie de complexo de Édipo.
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