O Banco Mundial e o FMI estimam em pelo menos mais 50 milhões de pessoas abaixo do limiar de pobreza o preço actual da crise. É o equivalente a toda a população espanhola e portuguesa junta a ir parar abaixo da ponte.
Os objectivos de redução da pobreza até 2015 - desde sempre irreais face à prática das coisas mundanas - foram completamente pelos ares, tal como o retrocesso das pandemias, da mortalidade infantil, do analfabetismo, a igualdade de género, a melhoria da saúde pública e talvez mesmo a protecção do ambiente.
Em contrapartida, e citando directamente a Lusa:
"Os chefes de Estado e de Governo do G20, que agrupa os países mais industrializados e os emergentes, comprometeram-se, no passado 2 de Abril em Londres, a aumentar os recursos das instituições financeiras internacionais em mais de 1.100 milhões de dólares, para fazer face aos efeitos da crise económica."
Para além das disparidades absurdas de rendimentos que o hiper-capitalismo insustentável produziu desde os anos 90, agora temos um efeito de descontinuidade total, que atira com mais 50 milhões para a pobreza (talvez mais, lembremo-nos de que a previsão vem de duas instituições quase sempre conservadoras).
Agradeça-se em especial ao Sr. Reagan, à Sra. Tatcher, aos Bush e a Greenspan. Ora aí têm a "Liberdade" que eles vendiam, em versão Cabriolet e agora...sem rodas.
E se pensam que estamos no limiar de um mundo mais equilibrado, pensem de novo: ainda há pouco o Sunday Times publicava que, por causa das ténues esperanças de retoma, os prémios em Wall Street tinham voltado ao patamar de 2007. Os mesmos prémios que incentivaram a tomada de riscos catastróficos estão de volta!
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