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domingo, 25 de outubro de 2009

A hora da verdade: teoria neoclássica



Pelo menos 2000 economistas já subscrevem algo com que concordo há muito tempo: o facto da teoria neoclássica conduzir, no essencial, a muitas tolices. No entanto, a minha opinião difere num aspecto importante: não foi propriamente por uma devoção cega à matemática que os neoclássicos se deixaram iludir por uma teoria com tantos problemas; terá antes sido por uma certa cegueira ideológica de base combinada com falta de observação da realidade, ao que se somou muita inabilidade matemática (a matemática é perfeitamente capaz de dar conta das fraquezas da teoria neoclássica, o que sucede é que a maioria dos economistas neoclássicos nunca foram bons matemáticos, daí resultando aproximações absolutamente pavorosas e imbecis).
Há ainda a questão metodológica: como se pôde tornar aceitável que esse bando de seres confundisse uma teoria de valor relativo (e continue a confundir) com uma verdade indiscutível ?

O texto português da petição (in Valor das Ideias) é este:

"Poucos economistas perceberam a emergência da crise actual, mas essa falha de previsão foi o menor dos problemas. O mais grave foi a cegueira da profissão face à possibilidade de existência de falhas catastróficas numa economia de mercado. O papel da economia perdeu-se porque os economistas, enquanto grupo, se deixaram ofuscar pela beleza e elegância vistosa da matemática. Porque os economistas da verdade caíram de amores pela antiga e idealizada visão de uma economia em que os indivíduos racionais interagem em mercados perfeitos, guiados por equações extravagantes. Infelizmente, esta visão romântica e idílica da economia levou a maioria dos economistas a ignorar que todas as coisas podem correr mal. Cegaram perante as limitações da racionalidade humana, que conduzem frequentemente às bolhas e aos embustes; aos problemas das instituições que funcionam mal; às imperfeições dos mercados - especialmente dos mercados financeiros - que podem fazer com que o sistema de exploração da economia se submeta a curto-circuitos repentinos, imprevisíveis; e aos perigos que surgem quando os reguladores não acreditam na regulação. Perante o problema tão humano das crises e depressões, os economistas precisam abandonar a solução, pura mas errada, de supor que todos são racionais e que os mercados trabalham perfeitamente."

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O "consumidor racional"

A teoria neoclássica à anos que se agarra sem descanso ao famigerado "consumidor racional", objecto abstracto sobre o qual assentam bizarras efabulações.

O "consumidor racional" é um(a) tipo(a) estranho(a) que faz de tudo para maximizar uma função de utilidade pindérica, resultado duma simplificação teórica ainda mais triste que a própria criatura, que se traduz em algo tão absurdo como reduzir as variantes do apetite humano a uma espécie de bulimia crónica com fixação em Big Mac's.

E não é que eu consegui uma foto deste bicho raro? Ora vejam acima.


Aí está ele: é o "consumidor racional" ! Agarrem-no! Agarrem-no!