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Será ele capaz de aproveitar o ano que nos separa de novas eleições, no quadro da UE e de Portugal, para agir com outros governos e o seu próprio em direcção a uma social democracia menos vassala de interesses corporativos de classe ou do grande capital?
É bom que Sócrates, e o PS, se recordem que não estamos em 1983. O eleitorado compreende razoavelmente bem as razões pelas quais as classes médias têm vindo a ser empobrecidas e exigem acção determinada, sem fait-divers.
Não lhe vai chegar taxar os bónus maiores que 27.500 Euros dos banqueiros - uma medida insignificante, se isolada, meramente paliativa no acerto de contas com um sistema moral e economicamente falido; dificilmente lhe será permitido embarcar em mais "leis de diversão" sem punição eleitoral.
Sócrates tem agora de escolher: ou luta decisivamente pelo futuro duma social democracia sustentável, ou se resigna à gestão do compromisso, à navegação à vista... esperando-o nesse caso o desaire, sem dúvida.
Relativamente à leitura política da situação, Alegre revela a vantagem exercida sobre um Sócrates que assumiu tardiamente as consequências da crise internacional sobre o país, para logo as ter de combater apressadamente num quadro eleitoral de atascanço e polarização radical.
Aquilo que Alegre sabe - e aí vimos um político em acção - é que Sócrates, por mais que se mexa (e tem de o fazer) estará sempre mais ou menos refém da situação em curso, do combate à crise, dos efeitos de algumas duras decisões que se espera que tome, do desgaste político do enfrentamento com os oligarcas do statu quo.
O PS não terá outra escolha senão apoiá-lo, quanto mais não seja para que sirva ao eleitorado de escape, de mediador entre o sonho e a realidade.
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