A variante mais "selvagem" do capitalismo, defendida pelos neoliberais, está pejada de contradições completamente absurdas:
- Defende o mérito, mas é falha na sua avaliação concreta
- Promove a ascensão social através do trabalho, mas cultiva a estratificação social
- Propagandeia valores, mas não se importa com o dumping social Chinês ou Indiano
- Exige lealdade, mas pouco se importa quando gera desemprego e instabilidade social
- Defende a flexibilidade, mas é avessa a praticamente todas as formas de regulação social
- Baseia-se a priori na eficiência da gestão, ao mesmo tempo que defende pára-quedas dourados
- É contra (quase) todas as formas de Estado, excepto quando precisa dele desesperadamente
- Abusa da palavra inovação, ao mesmo tempo que olha com desdém a actividade intelectual
- Pretende moldar o público ao seu gosto, mas nem sempre convive bem com a democracia
- É a favor da liberdade de expressão, desde que não haja manifestações contra as suas negociatas
- É a favor da concorrência, mas esforça-se sobretudo para consolidar monopólios
- Afirma-se como um garante da liberdade de escolha, se for ela a definir essa escolha
- Queixa-se da qualidade da educação, ao mesmo tempo que pugna pelo efectivo isolamento de quem não a pode pagar
- Quer discernimento nas famílias, mas é a primeira a procurar os beneficios do seu endividamento
- Quer famílias maiores e fortes, mas exige que caminhemos para semanas de trabalho de 65 horas ou mais
...
Sempre que entra pelo abuso e pela destruição de valor social, o mercado não tem razões para existir e mina os fundamentos da sua própria continuidade libertária.
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