sábado, 24 de abril de 2010

Democracia, Liberdade, Responsabilidade


Comemoram-se amanhã 36 anos passados sobre o 25 de Abril de 1974. Uma alegria!

Mas mesmo 36 anos depois de 48 anos de ditadura, ainda não temos tanta liberdade como seria desejável. Nem lá perto.

De uma perspectiva política muito pessoal, a efeméride que amanhã comemoramos é por isso bem portuguesa: carregada de emoção, mas também desilusão.

Como o entardecer, belo e fugaz, que antecede a noite.

Não, não seremos muito mais livres enquanto:
  • a classe governante não for mais racional, inteligente, justa e fiél à verdade;
  • a administração central não for menos pesada e mais eficiente;
  • a cidadania e o serviço público forem uma espécie de abstracção para muitos;
  • continuarmos a ter monopólios protegidos pelo estado;
  • os gestores não falarem menos, e trabalharem mais;
  • a educação não for muito mais exigente;
  • a justiça estiver ameaçada de parálise;
  • não tivermos ideias mais aplicadas na ciência e na tecnologia;
  • tivermos demasiados gestores e dirigentes mesquinhos, de mentalidade tacanha;
  • tivermos parcos novos empresários e novas empresas com crescimento decente;
  • os empresários não investirem mais e criarem mais postos de trabalho;
  • a classe média continuar a empobrecer para pagar privilégios a muito poucos;
  • insistirmos apenas em teorizar, em vez de aprender, fazendo;
  • não nos livrarmos de boa parte das dívidas;
  • não estudarmos mais, muito mesmo;
  • a solidariedade for apenas uma palavra;
  • formos tão inutilmente vaidosos;
  • a esperança nos seja roubada;
  • nos for proibido sonhar;
Reconheçamos os erros, admitamos que não estamos no melhor caminho da liberdade, e (re)façamos melhor. Defendamos bem essa oportunidade que nos foi oferecida com grande coragem por tão poucos, a 25 de Abril de 1974. Tenhamos consciência da fragilidade dessa benção. Usemo-la sabiamente.

Democracia, Liberdade, Responsabilidade, Vida: Viva esse 25 de Abril !

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