Mas mesmo 36 anos depois de 48 anos de ditadura, ainda não temos tanta liberdade como seria desejável. Nem lá perto.
De uma perspectiva política muito pessoal, a efeméride que amanhã comemoramos é por isso bem portuguesa: carregada de emoção, mas também desilusão.
Como o entardecer, belo e fugaz, que antecede a noite.
Não, não seremos muito mais livres enquanto:
- a classe governante não for mais racional, inteligente, justa e fiél à verdade;
- a administração central não for menos pesada e mais eficiente;
- a cidadania e o serviço público forem uma espécie de abstracção para muitos;
- continuarmos a ter monopólios protegidos pelo estado;
- os gestores não falarem menos, e trabalharem mais;
- a educação não for muito mais exigente;
- a justiça estiver ameaçada de parálise;
- não tivermos ideias mais aplicadas na ciência e na tecnologia;
- tivermos demasiados gestores e dirigentes mesquinhos, de mentalidade tacanha;
- tivermos parcos novos empresários e novas empresas com crescimento decente;
- os empresários não investirem mais e criarem mais postos de trabalho;
- a classe média continuar a empobrecer para pagar privilégios a muito poucos;
- insistirmos apenas em teorizar, em vez de aprender, fazendo;
- não nos livrarmos de boa parte das dívidas;
- não estudarmos mais, muito mesmo;
- a solidariedade for apenas uma palavra;
- formos tão inutilmente vaidosos;
- a esperança nos seja roubada;
- nos for proibido sonhar;
Democracia, Liberdade, Responsabilidade, Vida: Viva esse 25 de Abril !
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