Noutro tempo e noutro país também os tipos da Geheime Staatpolizei - Gestapo - se deliciavam com escutas sem fim, vigilâncias, listas e... nomes... como os seus pouco escrupulosos discípulos da PVDE, a quem ensinaram a vil tortura.
O espírito da PVDE portuguesa (prefiro a designação original por ser mais inominável) ainda não desapareceu por completo do país.
É de facto espantoso assistir ao grau de facilidade com que hoje em dia um jornalista apresenta publicamente a todos os leitores dum jornal, com honras de primeira página, o nome de um qualquer pretenso criminoso às mãos de reais, ou imaginários, polícias. A "notícia" é... um nome... tal como noutro tempo, noutro país.
A fibra moral de um tal sujeito, suspeito, não deve ser muito melhor que a da mais recente e famosa personagem de Tarantino (na imagem). Infelizmente para todos nós, o tipo do "i" existe, existem mais como ele, muitos mais, em qualquer tempo e em qualquer país, sempre à espreita da melhor oportunidade.
A "notícia" em si dá conta do país de bufos que ameaça voltar a reinar. A verdadeira notícia - má, para não variar - é ser um jornal a dar cobertura a esse tipo de comportamentos.
Já a reacção da blogosfera me parece também exagerada ao confundir a árvore com a floresta: apesar de tudo, o "i" tem sido um jornal plural, de longe bem melhor que qualquer edição presente ou passada do "Público", tanto publicando crónicas do neoliberal Miguel Ángel Belloso (MAB), como de Paul Krugman (muito embora o antípodas dialético apropriado a MAB fosse provavelmente e apenas um ditador comunista).
É certo que a escolha duma "denúncia pública" para primeira página deveria ter sido repudiada, mas parece-me ainda assim prematuro e demasiado literal sair em ataque ao "i", a que deve ser descontada alguma irreverência titubeante, própria da tenra idade.
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