terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Das torres e dos camelos


Para uma parte do empresariado português e do meio político, o Dubai também era, ainda até há bem pouco tempo, um mercado exuberante e de fazer salivar, um expoente dos "milagres económicos" do grande capital. Tal como a Irlanda, e a Espanha...
Descoberta afinal a causa das coisas, desfaz-se o encanto e muda-se o discurso - esses grandes milagres económicos resultaram, tal como o primeiro deles todos (o milagre Alemão) quase inteiramente duma só coisa: construção até cair para o lado e...muitas dívidas.

Envoltos no tradicional misto de burrice pomposa, mania de "ter mundo" e abundante falta de curiosidade verdadeira, preferiram a forma e, em geral, o que ia de modas para formar opinião - não era infrequente ouvi-los desejar, planear ou contar histórias de visita a esse "maravilhoso" altar de mercado rodeado de camelos.
O mais intrigante nem é a falta atroz de percepção de existência de algo de profundamente esquisito no crescimento exuberante dum país como o Dubai; é que alguns deles são capazes de ser os mesmos que, cá em casa, gostariam de ver Sócrates crucificado por andar a sonhar com um túnel no Marão e pouco mais de 200 Km de vias ferroviárias de alta velocidade.
Se isso não é provincianismo, o que será?

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