Temos observado que a oposição ao Governo, ao mesmo tempo que critica o despesismo, parece apostada em fazer passar várias medidas - algumas de mérito duvidoso - conducentes ao aumento da despesa pública e ao agravamento do défice.
É notório o descontentamento do PM perante uma Assembleia que vagueia ao sabor das conveniências daquilo que se vem designando por "coligação negativa".
Contudo, creio que seria um erro tremendo, agora e sobretudo tão cedo, ceder perante uma suposta ingovernabilidade ou tentativas sucessivas de atascamento político (que têm efectivamente acontecido). Ao invés, o Governo e o PS devem fortalecer-se, em vez de cair na tentação de cederem. O eleitorado não perdoria nem a Sócrates nem ao PS (mais) um caso de desistência por suposta "ingovernabilidade".
O Governo deve apostar em continuar o seu rumo, tal como o apresentou ao país, não só para prosseguir com as reformas necessárias como para corrigir aquelas que foram menos bem desenhadas ou pior implementadas. Deve fazê-lo com a Assembleia, bastando que assuma uma posição de pragmatismo político, e uma postura de comunicação regular com os portugueses sobre o que vai acontecendo e porquê (sem que o faça pela comunicação em si...).
O que não pode acontecer - e que tem sido uma tendência recente - é o PS provocar o aborto da sua própria governação na conjuntura que o país enfrenta. Deve, ao contrário, viver e fazer pela vida do país, com determinação, flexibilidade e convicção.
Será isso que os portugueses irão avaliar: a boa fé, e os resultados, de (querer) fazer Portugal avançar.
Moçambique pós-Natal
Há 5 horas
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