Em contra-mão à época de esperança que se vive além-mar, nos EUA, e sobretudo depois de 8 maus anos de influência Bush no mundo, e do desastre económico neoliberal, eis que a Europa não-abstencionista se resigna estranhamente à direita.
Será que se trata de mais um episódio de quem segue com atraso o que se passa no novo mundo? Será esta a face da verdadeira "velha Europa"... ?
Não se pressente nesta inflexão uma maior união da Europa... a direita sempre conviveu mal com a noção do colectivo... o que me leva a pensar que isto seja mau presságio para a união política federal de que a Europa precisa. Veremos.
Esta vitória da direita é resultado de muita coisa, mas também:
1) Do desinteresse de vastas camadas de população nas suas democracias nacionais (sobretudo entre os mais jovens), o que confirma uma crise profunda das instituições e dos poderes, percepcionados como distantes, senão mesmo initeligíveis.
2) Do realçar de certos nacionalismos por culpa da abstenção e de renovadas difusões de receios excessivos face à imigração e à abertura ao exterior, de um modo geral, propagados de forma oportunista pelas extremas-direitas, que têm tido nas crises mais profundas o seu maior aliado.
3) Do falhanço das políticas moderadas, de "centro", supostamente mais "europeístas", na antecipação e contenção mais eficaz dos efeitos da crise.
4) Da conotação política de "Bruxelas" com "burocracia", um mal erradamente percepcionado como sendo essencialmente da responsabilidade da esquerda.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário