domingo, 24 de janeiro de 2010

Contentamento descontente

A Ministra do Trabalho reconheceu publicamente que foram poucos os postos de trabalho que se criaram em 2009 por via dos programas de combate ao desemprego. É verdade.

Contudo, esta rara e positiva humildade de reportar a realidade como ela é teve logo direito a imensa chuva de críticas nos meios de comunicação. Em particular, revelou-se bastante ácido o aprendiz de economista Camilo Lourenço. Para ele, a Ministra deveria publicamente ter assumido que as medidas foram mal desenhadas, tout court. Ora o que a Ministra veio dizer era que tinham sido insuficientes, o que é coisa diferente.

40.000 postos de trabalho (42.839 para ser rigoroso) não é assim tão pouco como isso numa altura em que os privados criam praticamente zero postos de trabalho.

É uma coisa do tamanho da British Airways, Sr. Camilo Lourenço...

Empregos precários, incertos, mal pagos, quase todos eles. Provavelmente assim é, mas pelo menos essas 42.839 pessoas estão agora ocupadas, estão a trabalhar, a aprender, a adaptarem-se a novas realidades, estão inseridos na população activa.

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