Ontem, talvez ansioso por aproveitar notícias menos negativas antes de eleições, o PM terá exibido demasiado entusiasmo, em nossa opinião, com os resultados anunciados pelo INE sobre o andamento do produto no segundo trimestre do ano.
É certo que uma queda homóloga de menos 0,3% pode sinalizar um começo de inversão da coisa económica, mas daí a extrapolar crescimentos ou relações de causa-efeito inequívocas entre esse pequeníssimo sinal - que pode dever-se a tantos factores, incluindo ao erro associado à medida - e as medidas tomadas pelo Governo é qualquer coisa que deixa qualquer português que tenha respeito à verdade dos factos permeado de cepticismo e surpresa.
Compreende-se que a contenda seja pesada, dura, feia e poucas vezes justa, e que é melhor ler factos, ainda que pequenos, do que inventá-los, mas ainda assim... em termos económicos raramente alguém retira duma pequena evolução em cadeia sinais substanciais, é sempre a comparação homóloga que retrata mais fielmente a situação, e essa mostra uma evolução ainda muito negativa.
A notícia, do INE, era a que abaixo se regista:
"A Estimativa Rápida do Produto Interno Bruto (PIB) aponta para uma diminuição de 3,7% em volume no 2º trimestre de 2009 face ao período homólogo, o que compara com a variação de - 3,9% registada no trimestre anterior. O PIB no 2º trimestre de 2009 terá registado uma variação de +0,3% face ao trimestre precedente. A contracção em termos homólogos do PIB no 2º trimestre, à semelhança do que já se tinha verificado no trimestre anterior, esteve fundamentalmente associada à redução acentuada das Exportações de Bens e Serviços, do Investimento e, em menor grau, das Despesas de Consumo Final das Famílias."
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