sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Que patrões tão queridos!



O descalabro social em pormenor, relatado pela Lusa:

"A empresa Supercamiseiros, de Guimarães, pediu a insolvência e despediu 51 trabalhadoras a quem ainda deve dois meses de salário e 200 horas extraordinárias, disse hoje à Lusa fonte sindical."É uma empresa que pôs sempre as trabalhadoras a fazer horas extraordinárias, que tinha encomendas e matéria-prima e, mesmo assim, ficou a dever dois meses de salário às funcionárias e não lhes pagou nem um cêntimo das horas extra", referiu Adão Mendes, coordenador da União de Sindicatos de Braga. A empresa Supercamiseiros, Confecções Ldª, em Brito, Guimarães, apresentou hoje de manhã o pedido de insolvência e entregou às 51 trabalhadoras a documentação necessária para que possam solicitar o pagamento do subsídio de desemprego. "Nunca nos faltou trabalho e, este Verão, adiámos as férias para Setembro para poder terminar algumas encomendas na data prevista", explicou Esmeralda Martins, funcionária da Supercamiseiros. A empresa de confecção de camisas e blusas foi fundada em 1997 e apresentava um capital social no valor de oitenta mil euros. Depois das férias, as trabalhadoras deslocaram-se à fábrica para iniciar funções, mas encontraram a porta da empresa fechada e um advogado à sua espera. "Disseram-nos que a fábrica ia fechar porque não tinha encomendas", afirmou Esmeralda Martins. "Numa altura em que os políticos tanto falam nas pequenas e médias empresas [PME], é mais uma que pede insolvência e que não paga dois meses de salário às trabalhadores", salientou Adão Mendes. Sem trabalho e sem salário, as funcionárias não acreditam que lhes sejam pagas as horas extraordinárias. "A administração pediu-nos para assinar um documento onde dizia que a empresa não nos devia nada e que nos tinha pago as horas extra e nós assinámos", frisou Esmeralda Martins. Em causa, segundo a trabalhadora, estaria uma possível coima aplicada pela Autoridade para as Condições de Trabalho que os responsáveis pela empresa não queriam pagar. "Ficámos sem o dinheiro e sem o direito de reclamar o dinheiro que nos devem", finalizou a costureira. A administração da empresa esteve indisponível para falar com a Lusa."

Sem comentários:

Enviar um comentário