quinta-feira, 8 de outubro de 2009

"A crise acabou", parte II


Todos sabemos que o desemprego sofre de alguma "inércia" relativamente às crises económicas, perdurando no tempo após o anti-climax das depressões como a que atravessamos. Ainda assim, irresponsavelmente, o PSD apostará em breve na derivação da tese de MFL: "A crise acabou".

É o que se vê e ouve já também a outros dirigentes do PSD (alguns deles economistas!), como Rui Rio, que acusou Sócrates de estar a criar um país de subsídio-dependentes por causa do número de pessoas que recebe o Rendimento Social de Inserção (RSI) ter aumentado de algumas dezenas de milhar de pessoas.

Lembro ainda, em relação a essa prodigiosamente cega afirmação, o que propagandeava um dos cartazes recentes da outra senhora. Rezava assim: ouvimos os portugueses: "ajudem quem mais precisa".

Justamente num ano como o que atravessamos o que poderia um cidadão normal esperar do seu Governo? Que reduzisse o número de recipientes do RSI, quando se sabe que o desemprego mais que duplicou e se tem consciência das graves dificuldades sociais de algumas famílias portuguesas? Seria isso "natural"?

Que Rio defenda que essas pessoas deveriam integrar forças de trabalho comunitário em part time enquanto recebem o RSI, é razoável. Que critique por criticar, e acuse de falsários e preguiçosos, às cegas, muitos dos que passaram a receber o RSI, é populista, irresponsável e absurdo.
Que se documente primeiro, e abra a boca depois.

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