sábado, 16 de maio de 2009

A Entrevista Português Suave, II

Ontem a senhora esteve melhor, há que reconhecer (fazendo um esforço enorme!).

Apresentou-se de permanente, madeixas alouradas, e uma quantidade considerável de base na cara. Envergava, pela primeira vez que me recorde uma cor menos triste, um casaquinho azul, a tapar uma descontraída camisa branca meio aberta que tentava a colagem a um certo estilo blasé (que ela definitivamente não tem).


Enfim, sempre foi um pouco mais sensato do que o habitual uniforme cinzento.

Uma coisa é ser-se pessimista, e outra bem diferente é passar derrotismo aos galões para os outros, em vez de os motivar a superar o estado de situação. Pode ser que a senhora, entretanto, tenha percebido esta verdade elementar (o que duvido).

De resto, esteve muito igual a si mesma, com algum "verdete" quando em face de perguntas que a senhora achava irritantes, ou impróprias para uma senhora. De uma boa avó não se pode esperar paciência para tudo, mas um pouco mais de carinho não lhe teria ficado mal.

Afinal aquele era um canal público e "o povo" já não come só "bacalhau seco"...

Esteve igualmente bastante cautelosa relativamente às faltas do Banco de Portugal; ou porque existem hostilizadores suficientes nas hostes para os mais diversos ataques ou porque, naturalmente, o ódio personalizado na "chefe" é uma coisa que não assenta bem.

Parece que a senhora já compreendeu isso também...

Tivemos portanto uma pequena evolução na forma, um "casaco novo" (seria importado?), uma senhora 2.0, frente a jornalistas um tanto tímidos e sem perguntas de acagaçar (não vá a senhora ganhar o plebiscito e correr com eles).

Ponto positivo quanto ao reverberar de agonia das pequenas e micro-empresas, que carece realmente de respostas eficazes que contenham a sangria, mas negativo quanto ao medo anquiolosado ao comboio, e ainda pior quanto ao aeroporto, sem quaisquer sustentações de peso que não a instilação primária do medo, coisa que desgraçadamente lhe é habitual.

E feio.

Quanto ao que a senhora quer para o país ficámos a saber o mesmo: ela define-se sobretudo por "oposição a" e raramente "em prol de".

Era de esperar, ou não fosse a senhora a sombra em pessoa.

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